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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Lucy Ellis. Todos os direitos reservados.

AMOR EM MOSCOVO, N.º 1451 - Março 2013

Título original: The Man She Shouldn’t Crave

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2013

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-2572-7

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Capítulo 1

 

Viajara até Toronto para encontrar um homem, mas não podia ser aquele.

«Bolas! Aquele não, por favor», pensou.

Mesmo assim, Rose foi incapaz de deixar de olhar para ele, atordoada, tal como todas as outras mulheres que estavam na sala.

Tratava-se de um indivíduo alto e forte, com as maçãs do rosto bem marcadas, nariz longo e retilíneo, lábios carnudos e olhos profundos, da cor da noite. A expressão de aborrecimento que tinha só servia para exaltar a sua beleza masculina. Era inegável que a genética o favorecera. Media mais de um metro e noventa, e usava um fato escuro, de corte caro, que lhe marcava o corpo musculado e fez com que Rose pensasse em como um corpo masculino era diferente de um feminino.

Também não era preciso que ninguém lho recordasse, mas aquele homem parecia estar ali para isso.

Havia outros homens, igualmente de fato, que também eram muito bonitos. Um deles sorria para as câmaras, enquanto outro parecia ser mais tímido e, no geral, falavam entre eles.

Rose apercebeu-se de que estava a corar e decidiu que não era o melhor momento para ter um ataque de nervos. Sabia no que estava a meter-se, desde que vira na imprensa que os Lobos iam estar em Toronto. Era uma notícia tão importante, que tinha destaque nas páginas de desporto. Todas as mulheres falavam do mesmo e não era precisamente porque o seu tema preferido era o desporto, mas porque aquela equipa era digna de menção, pela beleza dos seus membros. Todas as mulheres, em qualquer parte do mundo, gostavam de um homem bonito, com um corpo incrível.

E os Lobos tinham tudo isso. Todos eles tinham olhos melancólicos, maçãs do rosto salientes e o seu sotaque russo tornava-os ainda mais atraentes.

Rose costumava acreditar que sabia perfeitamente o que interessava às mulheres. Gostava de pensar que era uma perita. Ela e o banco que lhe concedera o empréstimo para a hipoteca dependiam disso.

Queria demonstrar ao mundo ou, possivelmente, só à cidade de Toronto, que sabia o que as mulheres procuravam num homem e como consegui-lo.

A única coisa errada era que não reparara naquele homem. Estava a falar em voz baixa com o tipo que tinha ao lado, mas não parava de passear o olhar pela sala. Estava aborrecido e de mau humor.

«Prestes a rebentar», decidiu Rose, abanando-se com o programa que a rapariga da porta lhe dera.

Pelos vistos, todos os jornalistas da cidade estavam ali, para saber o que aqueles desportistas tinham a dizer, apesar de parecerem incomodados por usarem fato. A seleção russa de hóquei no gelo era a melhor do mundo e aquela equipa siberiana tinha todo o estilo do seu proprietário, Yuri Kuragin, um homem muito rico e igualmente famoso. Ao lado dele estava o antigo selecionador nacional, mas não os jogadores gémeos que uma equipa canadiana queria contratar. Dos Lobos tinham saído as melhores estrelas russas daquele desporto.

Rose importava-se pouco com isso, tal como todas as outras jornalistas presentes na sala. O que importava era que aqueles homens eram realmente bonitos. Aquela conferência de imprensa não tinha nada a ver com o desporto e tudo a ver com o sexo, porque o sexo era o que mais vendia.

As mulheres estavam loucas por eles e os homens queriam parecer-se com eles. Rose estava especialmente interessada em fazer com que alguns daqueles jogadores fizessem publicidade à sua agência matrimonial. Seria uma publicidade maravilhosa e devia consegui-la de graça, porque não tinha dinheiro para pagar. Portanto, decidira recorrer a todos os seus encantos, que não lhe faltavam.

Por isso, não pedira diretamente à direção da equipa o que queria e decidira arranjar-se sozinha. Agora, no entanto, compreendia que o senhor Yuri Kuragin não era um homem de trato fácil.

Rose nunca vira um homem que precisasse menos dos serviços de uma agência matrimonial, pois tinha o corpo de um desportista e tudo nele transmitia autoridade e poder. Não tinham de lhe dizer quem era. Sim, estava bem claro que aquele era o tipo de homem que ia dar-lhe problemas.

Mas o pai não a educara para desistir. Era por isso que estava ali, no meio de todos os meios de comunicação de Toronto, no Hotel Dorrington, muito nervosa.

Estavam a fazer perguntas em russo e em inglês ao senhor Kuragin e, embora Rose não entendesse muito do que estavam a dizer-lhe, ouvia tudo de que estavam a falar. Como queria vê-lo bem, ficou de lado e tentou passar entre os jornalistas.

– Desculpe, lamento, só um segundo... Lamento.

Aquilo não era estritamente necessário. De facto, dava-lhe mais jeito permanecer invisível, mas não conseguira evitar a tentação de o ver de perto.

E agora, tinha uma bela vista.

Embora, não lhe servisse de nada, pois era impossível aproximar-se realmente daquele homem.

De repente, apercebeu-se de que o senhor Kuragin deixara de falar e estava a olhar para ela. Aqueles olhos, profundos e intensos, estavam fixos nela.

Rose sentiu falta de ar.

O senhor Kuragin virou-se completamente para ela. Foi então que Rose percebeu o que acontecera. Ao abrir caminho entre os jornalistas, avançara para ele, apenas um passo, mas fora mais do que o suficiente para reparar nela.

Também mais do que o suficiente para pisar o sapato da mulher que estava à frente dela, que se virou e lhe disse algo num tom grosseiro. Depois, o coordenador da conferência de imprensa olhou para ela.

– Em inglês? – perguntou ele.

Depois, entregaram-lhe um microfone. Rose encarou-o e baixou o olhar. Quando voltou a erguer o olhar, encontrou novamente os olhos dele, que a observava de uma maneira inequívoca.

Porque olhava para ela assim?

«Tenho de fazer uma pergunta. Ele quer que eu lhe faça uma pergunta», pensou.

Rose sentiu a garganta seca. Mesmo assim, passou a língua pelo lábio inferior e conseguiu que a voz saísse.

– É casado? – perguntou, com o seu sotaque do Texas.