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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Cara Colter

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O amor não tem preço, n.º 1186 - Novembro 2015

Título original: Priceless Gifts

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2009

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7517-3

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Epílogo

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

Jacob King ficou a olhar para a carta. O papel tremia na sua mão. Era obsceno que uma folha de papel conseguisse provocar nele tanto medo e tanta fúria. Deixou a carta e olhou para o chefe de segurança, Cameron MacPherson.

– Quantas como esta lhe enviaram? – perguntou Jacob a Cameron.

– Uma dúzia, cada uma mais agressiva do que a anterior. Esta em particular diz-nos respeito porque parece que o perseguidor esteve em sua casa e conhece todas as suas rotinas diárias.

«Demente», pensou Jacob, com nojo. Não queria que se usasse uma palavra como aquela relacionada com a sua linda filha mais nova, a sua bebé, a sua Chelsea.

Com vinte e dois anos, Chelsea não gostaria que lhe chamasse «bebé», mas Jacob nunca se sentira tão protector com a sua filha como naquele momento.

– Ela está a salvo?

– Sim – replicou Cameron, depois de hesitar durante uma fracção de segundo.

– Mas?

– O seu ritmo de vida é um pouco complicado. Tem uma vida demasiado pública. Temos de a esconder um pouco até chegarmos ao fundo deste assunto – indicou Cameron. – Uma das empregadas da casa de Kingsway disse-me que um homem se aproximou dela e lhe ofereceu cem dólares pela escova de dentes ou pelo pente de Chelsea.

– Achas que tem a ver com as cartas? – perguntou Jacob, sentindo um calafrio.

– Ainda não sabemos – admitiu Cameron. – Estive a ocupar-me da segurança pessoalmente desde a chegada da sexta carta, mas espero poder encontrar outra pessoa para se ocupar do assunto.

– Porquê?

– A ligação familiar faz com que seja embaraçoso.

O irmão de Cameron, Clint, estava casado com a irmã de Chelsea, a filha mais velha de Jacob, Brandy. Sem dúvida, Chelsea estava de alguma forma a transformar aquilo numa situação difícil para Cameron, pensou Jacob.

– É uma maneira diplomática de dizer que a minha filha está a ser teimosa, rebelde e que não ouve as tuas sugestões, Cameron?

– O homem que tenho em mente trabalhava… hum… para o governo. É brilhante, duro e está muito bem treinado – afirmou Cameron, sem responder.

– Dar-se-á muito bem com a minha filha – comentou Jacob, secamente.

Há só alguns segundos, Jacob tinha estado a vangloriar-se dos seus sucessos como Cupido e tinha estado a pensar no seu último esforço. Tinha oitenta e três anos e estava a morrer. O seu único desejo era ver as três filhas que tivera na última parte da sua vida felizes. Tinha gostado tanto de intervir nas vidas de Jessica e Bradgwen que ia sentir saudades dessa actividade quando finalmente conseguisse casar Chelsea. Mas encontrar um bom namorado para a sua filha mais nova estava a ser uma tarefa mais difícil do que tinha calculado. Embora Chelsea possuísse uma beleza deliciosa, capaz de parar uma conversa ao vê-la chegar, escolhera viver uma vida que quase não requeria que se envolvesse. Para ela, tudo parecia tratar-se só do aspecto, de roupa e de festas.

Como é que Jacob conseguiria encontrar um homem para ela, alguém que soubesse ver além da sua dedicação ao superficial e chegar à beleza da sua alma, quando ela própria se recusava a ver essa beleza? De repente, pareceu-lhe dolorosamente banal ter desejado encontrar um amor para a sua filha antes de morrer. Naquele momento, só lhe parecia importante mantê-la a salvo.

Talvez fosse surpreendente que Chelsea não tivesse sido perseguida antes, quando qualquer pessoa podia ler nos jornais da manhã o que tomara ao pequeno-almoço ou que tipo de sapatos comprara.

As pessoas estavam demasiado fascinadas com ela e com o seu estilo de vida.

– Pergunto-me se será Sarah... – murmurou Jacob e, imediatamente, arrependeu-se. – Não, não.

É claro que não podia ser Sarah, disse Jacob para si. Mas, o que sabia de Sarah Jane McKenzie? Teria apostado a sua vida em como a sua doce secretária não era capaz de roubar ninguém. Mas ela desaparecera antes de poder fazer a pergunta que o queimava por dentro: «Porquê?».

Sarah teria invejado Chelsea, que fora tão amável com ela?

– Não é Sarah – declarou Cameron.

Jacob levantou o olhar, surpreendido com o tom irritável. Ai, sim, Sarah tinha partido outro coração para além do dele, ao trair a sua confiança. O coração de Cameron.

– Queremos levar Chelsea para longe, para algum sítio onde ninguém a procure – disse Cameron.

Jack assentiu. Graças a Jessica e a Garner, redescobrira o seu santuário e retomara a relação com velhos membros da família. Antes do seu casamento, passara cinquenta anos longe das montanhas da Virgínia, onde fora criado. Tinha a certeza de que ninguém procuraria a sua filha lá.

Chelsea, naturalmente, não gostaria nada da ideia.

– Entre – convidou Jacob, quando ouviu que alguém batia à porta.

Um homem entrou no escritório de Jacob. O seu porte emanava um poder muito especial. Tinha o cabelo preto e uns olhos cor de jade que percorreram a divisão com o olhar antes de pousarem em Jacob. Parecia ter sido muito atraente antes de metade do seu rosto ficar marcado pelas cicatrizes.

– Rand. Randall Peabody, Jacob King – apresentou-os Cameron.

Rand atravessou a divisão com um andar cheio de graça, felino. Quando lhe apertou a mão, Jacob percebeu que era dura como o aço.

– Rand é o homem a quem pedi para considerar encarregar-se de Chelsea. Até chegarmos ao fundo deste assunto. Rand, já que vieste, presumo que…

Rand olhou para Cameron e assentiu.

Jacob observou Rand e sentiu um grande alívio. Se havia alguém no mundo capaz de manter a sua filha a salvo era aquele homem. Rand irradiava uma vontade de aço, uma força terrível, confiança na sua habilidade para controlar coisas de que outros homens fugiriam. Como Chelsea.

Pela primeira vez desde que vira aquela carta suja e mal escrita que prometia um destino horrível para a sua filha, Jacob relaxou.

– Obrigado – disse Jacob, com suavidade.

Chelsea estaria a salvo, pensou Jacob. Observou Rand e, sem querer, esboçou um sorriso.