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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Linda Goodnight

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

A ama e o milionário, n.º 1193 - Dezembro 2015

Título original: The Millionaire’s Nanny Arrangement

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2010

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7524-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Kelsey Mason abriu os olhos com um gemido de dor e olhou para o relógio pela enésima vez. Estava há doze horas no aeroporto, sem dinheiro e sem esperanças. A cadeira incómoda magoava-a nas costas, que já estavam bastante doridas devido ao peso que carregava na barriga. Cada milímetro do seu corpo protestou quando se virou de frente e se ergueu.

– Falaste em sonhos – comentou uma voz infantil: – Sonilóquio.

Kelsey virou-se e descobriu uma menina de olhos castanhos enormes que não devia ter mais de seis anos.

– Falas muito bem para uma menina tão pequena – comentou, virando a cabeça para relaxar a tensão dos ombros.

– Sou um génio – respondeu a menina, como se fosse o comentário mais normal do mundo.

Divertida, Kelsey acomodou-se na cadeira.

– Como te chamas?

– Pollyanna. Bom, o meu nome real é Mariah, mas eu gosto mais do do personagem do livro que estou a ler.

– Prazer em conhecer-te, Mariah – Kelsey sorriu. – Eu também adorei esse livro. Viste o filme?

A menina olhou para ela, horrorizada.

– Claro que não. O pai diz que o livro é sempre melhor do que o filme e que primeiro tenho de ler para depois poder comparar.

– O teu pai tem muita razão – disse Kelsey, ao mesmo tempo que olhava à sua volta à procura de um pai descuidado que deixava a sua filha vaguear sozinha pelo aeroporto.

– Estamos há dezassete horas em Denver à espera que saia o nosso voo – disse a menina.

– Eu estou há doze.

– É muito divertido. Há imensas pessoas interessantes. Aquele senhor – disse Mariah, apontando, – trabalha para a rainha da Holanda. E aquela rapariga está muito triste porque o seu namorado se mudou para Siracusa. Deu-me um dólar para a deixar em paz, mas eu comprei-lhe um café e levei-lho. O meu pai diz sempre que não devo aceitar dinheiro de desconhecidos.

– E alguma vez te disse que não deves falar com eles?

– Muitas vezes – Mariah riu-se e os seus canudos escuros agitaram-se sobre os seus ombros. – Mas eu sei distinguir.

– E se eu fosse uma má pessoa?

– És?

– Não. Sou professora – ou, pelo menos, tinha sido até deixar tudo para se tornar mulher de Mark. – E eu gosto de crianças.

A menina olhou para ela com uma expressão inocente.

– De qualquer forma, o que poderia acontecer-me num aeroporto cheio de gente?

Muitas coisas, mas Kelsey não tinha a menor intenção de a preocupar.

– Mesmo assim, tens de ter cuidado.

– Mas tu és agradável e estás à espera de um bebé. As mamãs são boas. Mas, como eu não tenho mamã, estou a entrevistar algumas mulheres para o lugar. Queres que te entreviste?

Kelsey riu-se.

– Para ser mamã?

– O pai quer que tenha uma tutora e ama privada, mas o que eu quero é uma mamã. A minha morreu há muito tempo – disse Mariah. Depois de uma pausa, continuou: – Achas que poderias ocupar ambas as funções?

De tutora e de mamã? A conversa estava a adquirir uma aparência realmente peculiar e Kelsey não fazia ideia do que responder. Felizmente, antes de abrir a boca, um homem aproximou-se precipitadamente.

– Mariah!

Um sorriso enorme iluminou o rosto da menina.

– Aí está o meu papá. Vais gostar dele.

Dado que já formara uma má opinião dele, Kelsey olhou para ele com desconfiança e o que viu só contribuiu para reforçar o seu cepticismo. Era alto e moreno, com o cabelo e os olhos da mesma cor que a sua filha. Era demasiado bonito e tinha demasiado aspecto de homem triunfante para o seu gosto. Já lhe chegara um na sua vida.

A menina inclinou-se para ela e sussurrou num tom conspirador:

– Passou uma temporada completamente deprimido, mas não lhe digas nada. É por causa do prémio do homem de negócios do ano de Dallas e por causa da pressão a que está submetido. É compreensível. Não é fácil ocupar-se de uma menina sobredotada e de um negócio multimilionário. Por isso é preciso encontrar uma mamã para cuidar de mim: para que possa deixar de se preocupar comigo.

Kelsey olhou para a menina e, depois, para o seu pai. Tinha de ser um verdadeiro estúpido se fazia com que a sua filha se sentisse como um estorvo na sua vida.

– Papá, vem conhecer a minha amiga Kelsey. Vai ter um bebé e estou a entrevistá-la.

Ele pôs as mãos na cintura e respirou fundo.

– Peço-lhe desculpas, menina… – quando Kelsey se limitou a olhar para ele, impassível, em vez de lhe proporcionar um apelido, continuou: – Kelsey. Sou Ryan Storm.

Kelsey sentiu um arrepio ao ouvir o nome. Não era possível. Ou sim. Um segundo olhar confirmou-o. Ryan Storm, o rapaz mau de Bartlett High transformado em tubarão de Wall Street, maduro e atraente. Muito atraente.

Ryan nunca soubera, mas, durante um tempo, ela tinha estado apaixonada por ele, o que demonstrava mais uma vez que sempre tinha tido um gosto péssimo quanto a homens.

– Já conheceste a minha filha Mariah. Qualquer dia mata-me de susto – segurou na mão da menina, que olhou para ele com adoração. – Espero que não te tenha incomodado.

– Claro que não. Esteve a entreter-me – «e era a tua responsabilidade saber onde estava», pensou.

Ryan ocupou a cadeira junto da dela e Kelsey reconheceu o cheiro de uma cara fragrância masculina.

– Onde vais, Kelsey?

– A lado nenhum.

Ryan olhou para ela, confuso, e ela zangou-se consigo própria por ter dado essa reposta. Não tinha de ser tão sincera a respeito da sua situação desesperada. Não queria a compaixão de ninguém.

– Para Dallas – rectificou. Olhou para as janelas e, ao verificar que continuava a nevar, acrescentou: – Algum dia.

Ryan sorriu e Kelsey odiou-o por ser tão bonito.

– Entendo-te. Nós também vamos para Dallas.

Kelsey já sabia. Qualquer pessoa capaz de ler saberia que Ryan Storm vivia em Dallas, trabalhava em Dallas e, praticamente, era o dono de Dallas. Ryan Storm, empresário do ano, cobiçado viúvo… Tudo o que ela odiava num homem.

Só lhe faltava o último ingrediente: a desonestidade. Mark fora um mestre da mentira, mas nem Ryan Storm nem a sua filhinha tinham a culpa disso.

O homem do ano olhava para ela naquele momento com curiosidade.

– Não me interpretes mal, mas és-me familiar. Conhecemo-nos?

– Liceu Bartlett High, da aula de História da senhora Rutger. É normal que não te lembres, visto que passaste metade das aulas a dormir.

Os olhos de Ryan brilharam com o esforço de recordar e, finalmente, estalou os dedos.

– Kelsey… Kelsey… Claro! Kelsey Slater, a indiferente.

A velha alcunha fez Kelsey rir-se. Na verdade, não se tratava tanto de que os rapazes lhe fossem indiferentes, mas nem o seu aparelho de ortodontia, nem os óculos, nem as sardas tinham contribuído para que se sentisse particularmente atraente e, com o tempo, a alcunha servira para que parecesse mais segura de si própria do que se sentia. Gostavam dela, mas não queriam sair com ela. A larva só se tornara borboleta bastante mais tarde. Umas lentes de contacto, uns dentes perfeitos e um pouco de maquilhagem tinham feito a magia.

– Agora sou Kelsey Mason. Como te lembraste?

Ryan encolheu os ombros.

– O meu cérebro está sempre alerta.

– Tal como quando a tua filha estava a passear sozinha pelo aeroporto? – Kelsey esbugalhou os olhos, horrorizada, ao ouvir-se pronunciar aquelas palavras.

– Desculpa? – perguntou Ryan, ofendido.

– Desculpa. Não tenho o direito…

O aparelho tinha-lhe endireitado os dentes, mas não tinha conseguido corrigir a sua tendência para dizer o que pensava.

Mariah, que até esse momento tinha ouvido pacientemente, puxou a manga do seu pai.

– Papá, interrompeste a entrevista.

Ryan mudou o seu olhar irado de Kelsey para a sua filha.

– Lamento, querida, mas não acho que Kelsey esteja interessada.

– Mas talvez seja a pessoa ideal, papá. Embora ainda não tenhamos falado do seu salário.

– Mariah, as mulheres casadas não costumam procurar trabalho como amas – Ryan apontou para a aliança de Kelsey. – Vês? Tem aliança.

Kelsey surpreendeu-se ao perceber que era tão observador.

– Ah… – Mariah olhou para ela, desiludida. – Não me tinhas dito que eras casada.

Kelsey fez virar a aliança enquanto se perguntava porque continuava a usá-la. Certamente, não por afecto por Mark.

– Sou viúva.

Dizer aquelas palavras continuava a ser tão estranho como quando, há já vários meses, o fizera pela primeira vez. Mark estava morto. O seu corpo perdera-se quando o iate de luxo que ia entregar a um comprador grego explodira. Kelsey tinha sentido horror e culpa ao mesmo tempo. Horror face ao que se passara e culpa por não ter sentido nenhuma dor.

O seu rosto devia ter reflectido a tensão dos últimos meses, porque Mariah segurou na sua mão.

– Não fiques triste, Kelsey. O papá e eu ajudar-te-emos. Podes vir a nossa casa e comer chocolate e biscoitos na cama – virou a cabeça para o seu pai e os canudos engraçados saltaram alegremente. – Não é, papá? Faremos com que se sinta melhor e poderá cuidar de mim enquanto tu trabalhas. Assim poderás ser a minha mamã e dar-me uma maninha. Além disso, como és professora, poderás ensinar-me Geografia. É a solução perfeita.

Ryan pareceu tão confuso como Kelsey. Olhou para a sua filha prolongadamente e, depois, passou os dedos pelo cabelo com um ar nervoso.

– És professora? Não estarás à procura de trabalho, pois não?

Kelsey sorriu para si. Se Ryan soubesse…!

– Que tipo de trabalho?

Ryan deixou escapar uma gargalhada seca.

– Nada tão comprometedor como o que Mariah disse. A ama dela acabou de se casar. Na verdade, viemos do seu casamento.

– E não temos substituta para Janine – Mariah entrelaçou os dedos e pousou as mãos no joelho de Kelsey. – Entrevistámos várias candidatas, mas eu tenho a última palavra.

O seu pai revirou os olhos.

– Esse é o acordo. Ela escolhe a pessoa que mais gostar. Eu trabalho muitas horas e preciso de alguém em quem possa confiar plenamente.

– Às vezes, não vejo o papá durante dias inteiros – disse Mariah. – Trabalha muito e, embora sinta muito a falta dele, compreendo-o porque muita gente depende dele. Por isso é importante que a pessoa que esteja comigo seja de confiança, já que passaremos muito tempo juntas. Além disso, estou desejosa de ter uma maninha e prometo ajudar em tudo o que puder. Nunca dou problemas e porto-me sempre bem, não é, papá?

Durante toda essa argumentação, o rosto de Mariah reflectiu uma expectativa angustiada. Com cada palavra, Kelsey confirmava a sua intuição de que Ryan Storm só tinha tempo para o seu trabalho e a sua compaixão pela pequena Mariah aumentou.

– Claro, querida – Ryan deu-lhe uma palmadinha carinhosa na ponta do nariz e virou-se para Kelsey. – Já vês que Mariah é especial. Preciso de alguém que possa dar-lhe aulas, para além de cuidar dela. Não encaixava na escola infantil e não quero que volte para lá.

– Não sei porquê, mas não gostava das crianças. A mim parecia-me um pouco parvo brincar com blocos, mas mesmo assim ajudava-os a organizá-los por cores para formar um mapa de Dallas – Mariah franziu o sobrolho. – Nunca entendi o que os assustou tanto.

Ryan olhou para Kelsey com uma sobrancelha arqueada como que querendo dizer: «vês a que me refiro?».

– Na minha opinião, é preferível que as crianças como Mariah tenham tutores privados – disse Ryan.

– Mas também tem de aprender a relacionar-se com as outras crianças – respondeu Kelsey. – Por muito inteligente que seja, tem de brincar como qualquer outra criança.

– Preocupa-me mais que aproveite o seu intelecto. As crianças já sabem brincar quando nascem.

– Enganas-te – Kelsey não soube o que a possuiu. Talvez fosse o cansaço, o aborrecimento com Ryan por ter permitido que Mariah vagueasse sozinha pelo aeroporto ou a preocupação pelo bem-estar do seu pai que a menina mostrava, a verdade foi que decidiu que Ryan precisava de uma lição. – Socializar é muito importante e ainda mais com a sua idade.

– Terás podido observar que a minha filha é muito sociável.

– Não me refiro a isso. Alguma vez pensaste que precisa de ser uma menina em vez de se preocupar contigo? – mais uma vez, acabara de dizer mais do que devia, mas já não podia voltar atrás.

O olhar de Ryan endureceu.

– Desculpa, mas esta entrevista acabou.

Kelsey olhou para ele com desdém.

– Acabou? Nem sequer tinha percebido que tinha começado – mordaz, acrescentou: – Tenho a impressão de que alguém precisa de se acalmar e não é Mariah.

Depois de uns segundos tensos em que o seu antigo colega de turma a observou com uma mistura de indignação e curiosidade, Ryan desviou o olhar para a janela e, por alguns segundos, o grande homem de negócios pareceu um menino perdido.

Imediatamente, Kelsey teve pena dele, o que era absurdo, dadas as circunstâncias. A sua arrogância, em vez de a enfurecer, fê-la recordar o Ryan do liceu, quando percorria os corredores com um ar de superioridade que só escondia um complexo enorme. Nem sequer tinha de dar ordens para ser o líder. Todos os seus colegas admiravam o tipo duro, de t-shirt justa e calças de ganga gastas.

Era evidente que devia estar desequilibrada. De outra maneira era impossível que tivesse pena de um tipo que tinha o mundo na palma da mão enquanto ela não tinha nada.

Mariah, que não tinha perdido nada do intercâmbio entre os adultos, observava-os com uma expressão ofegante.

– Podemos negociar?

Kelsey olhou para ela com ternura. Tinha à sua frente uma menina que conseguia ler Shakespeare, mas que se preocupava com um pai viciado no trabalho que não fazia ideia de como a criar. Se havia uma menina necessitada de uma mãe, era Mariah Storm.

– Não ouviste? Kelsey não se interessa pelo trabalho – resmungou Ryan.

Talvez tivessem sido os olhos castanhos enormes de Mariah ou a expressão perturbada do seu pai. Talvez fosse a desordem hormonal. Ou talvez o puro desespero.

– Estás completamente errado – disse Kelsey. – Interessa-me, sim.

Capítulo 2

 

Ryan virou-se lentamente para ela. Primeiro, acusava-o de não saber educar a sua filha e, depois, queria trabalhar para ele. Não parecia uma ideia muito sensata.

Estava cansado, tinha perdido várias reuniões e acabara de falar quarenta minutos ao telefone para tentar salvar um acordo que estava na corda bamba. Quando desligara, Mariah tinha desaparecido. A sua pequena era a única coisa no mundo que conseguia fazê-lo sentir pânico. Portanto, assim que a vira sã e salva a falar com uma mulher grávida, esteve prestes a dar saltos de alegria.

Vivia com o receio de que lhe acontecesse alguma coisa de mal. A perda de Amanda tinha estado prestes a matá-lo. Se perdesse Mariah, morreria.

A menina precisava de alguém que se ocupasse dela. Alguém tão capaz e inteligente como a própria Mariah. E Ryan, embora estivesse cansado e talvez não fosse o melhor momento para julgar, duvidava que Kelsey Slater, a indiferente, fosse a pessoa adequada.

Em primeiro lugar porque estava grávida e as mulheres grávidas davam-lhe pânico.

Por outro lado, tinha a seu favor o facto de a conhecer do passado. Kelsey era uma rapariga agradável, uma rapariga normal que se sentava nas primeiras filas e levantava sempre o braço para responder. Mas tinha um aspecto muito diferente do que tinha então. Os seus óculos do liceu escondiam uns olhos impressionantes de cor esverdeada e não recordava que o seu cabelo cor de mogno fosse tão brilhante e sedoso.

– O que te faz achar que és a pessoa adequada para o trabalho?

– E o que te faz pensar que não sou?

«O facto de querer fechar a tua boca sensual com um beijo».

Por uma fracção de segundo, Ryan achou ter falado em voz alta, mas ao ver que Kelsey não o esbofeteava, suspirou com alívio e disse:

– Pareces gostar da minha filha e isso é o mais importante para mim.

– Como deve ser.

Ryan observou os seus braços e o seu rosto magro, depois, deslizou o olhar para a sua barriga volumosa e voltou a sentir o terror que lhe inspiravam as mulheres grávidas. Um suor frio humedeceu o seu lábio superior.

– Tenho várias entrevistas marcadas em Dallas. Tenho a certeza de que encontrarei a pessoa ideal – comentou.

Kelsey olhou para ele como se tivesse perdido o juízo.

– Escuta, Ryan – disse, num tom decidido, – para ser sincera, preciso de trabalho e alojamento. Estamos a meio do trimestre e estou grávida, portanto não vai ser fácil conseguir um lugar como professora.

Era impossível. Ryan não conseguiria suportar reviver os últimos dias de Amanda.

– Sou uma profissional excelente – continuou Kelsey. – Adoro crianças e conheces-me. Tenho a certeza de que conseguiria fazer um bom trabalho com Mariah.

Ryan era bom psicólogo e conseguia reconhecer alguém desesperado para conseguir um emprego.