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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1999 Maureen Mary Lee and Anthony Ernest Lee

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O amante equivocado, n.º 484 - março 2019

Título original: Facing Up to Fatherhood

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1307-597-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20

Capítulo 21

Capítulo 22

Capítulo 23

Capítulo 24

Capítulo 25

Capítulo 26

Capítulo 27

Epílogo

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Capítulo 1

 

 

 

 

 

Tina Highsmith observou a imponente torre de betão e vidro, e então baixou o olhar para o bebé que segurava ao colo.

– Aqui estamos, querida – disse para a linda e rosada criança. – É onde o teu pai trabalha. Segundo a secretária, ele estará em reunião durante toda a tarde e não terá tempo para mais nada. Isso é muito mau, não achas? Sobretudo porque vai ver-nos hoje, quer queira, quer não!

Arqueando as sobrancelhas, Tina rumou, determinada, para a porta giratória, esperando ser mais bem sucedida do que fora antes, nas portas do comboio. Tina tinha descoberto que andar com uma criança não era uma das coisas mais fáceis do mundo. De qualquer forma, só estava a fazer aquilo há uma semana. O que, sem dúvida, explicava a sua falta de prática.

Daquela vez, no entanto, tudo foi mais simples e, por fim, ela entrou no cavernoso átrio semicircular, com o seu impecável piso de granito preto. Mantendo uma expressão neutra no rosto, Tina ignorou o movimentado balcão de recepção e dirigiu-se a passos largos para os elevadores.

A Hunter & Associados, como se informara, ocupava o décimo nono e o vigésimo andares do edifício. Tina também notara que, na placa localizada acima do balcão, na recepção, não havia nenhuma descrição do tipo de negócios da companhia. A única informação era a de que a administração da empresa se localizava no vigésimo andar.

Eram poucos dados, mas Tina concluiu que aquilo dava para reflectir a personalidade do seu proprietário. Dominic Hunter, com toda a sua arrogância, devia pensar que todos, decerto, sabiam que a sua companhia era uma das mais importantes de Sidney em exportação, importação e investimentos. Era evidente que a mesma arrogância o fizera crer que o caso que tivera com a secretária no ano anterior jamais viria à tona para o incomodar.

Mas estava errado!

Sarah podia ser um pouco idiota e incongruente no que dizia respeito a homens, mas com Tina as coisas eram diferentes!

A filha de Sarah merecia o melhor. E Tina estava preparada para se certificar de que a menina teria isso mesmo.

Dominic Hunter teria uma segunda oportunidade para admitir ser pai daquela menina maravilhosa, mas, se não cumprisse a sua parte, teria de pagar. E pagaria caro. Nos dias actuais, com os modernos testes de ADN, a simples negação da paternidade não significava nada.

– Vamos deixá-lo tentar, meu anjinho – murmurou ela para Bonnie, ao entrar no elevador. – E se o poderoso senhor Hunter negar, vai arrepender-se do dia em que nasceu!

Capítulo 2

 

 

 

 

 

Dominic Hunter ergueu os olhos para o tecto quando desligou o telefone.

– Mulheres! – murmurou, frustrado, pouco antes de começar a preparar com rapidez os papéis para a reunião daquela tarde, quase entornando sobre eles meia caneca de café frio.

Apenas um gesto ágil e desesperado impediu que a sua mesa se transformasse numa catástrofe.

Depois de recolocar a caneca em segurança, Dominic deixou escapar um suspiro exasperado. Com certeza, aquele não era um dos seus melhores dias.

Os seus empregados podiam pensar que a crise económica era a responsável pelo seu mau humor. Mas não era o caso. Dominic estava habituado aos desafios da arena financeira e encontrava grande excitação em fazer dinheiro para si mesmo e para os seus clientes. Fora chamado de maníaco por trabalho mais de uma vez e tinha de admitir que aquilo era verdade.

Dominic sabia sempre lidar com as complicações nos negócios. Era o sexo oposto que o irritava, levando-o quase à loucura.

Francamente, não conseguia entender as mulheres e a sua obsessão por casamento e filhos. Será que não podiam ver que, actualmente, o mundo seria bem melhor com o decréscimo de ambos? Pelo menos, não haveria tantos divórcios e crianças infelizes e negligenciadas.

Decerto, nenhum argumento razoável como aquele parecia ser capaz de as tocar e elas continuavam a desejar compromisso e bebés, como se isso fosse a panaceia para todos os males do mundo, em vez de um aumento dos problemas.

A mesma coisa aplicava-se ao amor romântico. Que grande e completo absurdo! Afinal de contas, já alguma vez esse desafortunado estado trouxera alguma felicidade a qualquer homem ou mulher?

Dominic crescera numa casa na qual aquele tipo de sentimentos não dera nada, além de tormento emocional e miséria.

Não desejava nada daquilo para si. Amor, casamento… e muito menos bebés. O último item incomodava-o mais do que os anteriores, pois, durante a universidade, quando tinha pouco mais de vinte anos, uma namorada tentara atraí-lo para o matrimónio com o pretexto de uma falsa gravidez.

Naquela época, o pensamento de encarar tanto a paternidade como o enlace forçados tinham deixado Dominic horrorizado. Talvez aquele pânico tivesse algo a ver com o facto de o seu pai ter sido displicente, além de um marido infiel. Aquilo causava-lhe um pavor inconsciente de se tornar também um fracasso naquele departamento. Para ser sincero, até se parecia com o pai.

De qualquer forma, o alívio de Dominic ao descobrir que a gravidez era uma mentira também fora pródigo. A sua primeira experiência íntima fizera-o descobrir até que ponto uma mulher poderia ir para realizar aquela velha fantasia romântica chamada «amor e casamento».

Depois daquele acontecimento, Dominic tratava sempre ele próprio das precauções, quando fazia sexo. Nunca acreditava numa declaração do tipo «estou a tomar a pílula» ou «é a época segura do mês». Também fazia questão de deixar a sua posição bem clara com qualquer mulher com quem se envolvesse. Casar-se não estava nos seus planos, de forma alguma!

A sua mãe considerava as suas posições sobre aquele assunto erradas e, com uma lógica tipicamente feminina, considerava-as uma aberração temporária.

– Um dia vais mudar de ideias – dizia ela, de vez em quando. – Quando te apaixonares por alguém…

Eis outra ilusão romântica alimentada por Verónica Hunter. Apaixonar-se! Dominic nunca se apaixonara por ninguém em toda a sua vida.

E não tinha a menor intenção de que isso acontecesse. A própria palavra sugeria-lhe uma falta de controlo quase desastrosa, que, logicamente, não poderia levar ninguém a um porto seguro.

Para sorte dele, dois anos antes Verónica transferira os seus desejos de se tornar avó para o filho mais novo, Mark, que se casara com uma colega de faculdade. Naquela altura, Dominic chegara a pensar que o irmão e a esposa representavam o fim das suas discussões familiares.

Mas, há alguns meses atrás, Mark chegara sem aviso à mansão, anunciando que tinha deixado a mulher para ir para o Tibete tornar-se um monge budista! Para provar a sua decisão, deixou uma fortuna considerável à esposa, que aliás não ficara muito surpreendida, e partiu.

As suas cartas subsequentes revelavam que estava feliz e satisfeito, a viver num mosteiro no topo de uma montanha qualquer, com apenas um iaque como companhia!

Não era necessário ser nenhum génio para concluir que as hipóteses de que daquele filho pudesse vir um neto para a senhora Verónica Hunter eram quase nulas!

O que fizera a sua mãe viúva voltar a sua atenção novamente para Dominic, com o único objectivo de conseguir tornar-se avó. Verónica estava a deixá-lo louco com toda aquela pressão e passara a convidá-lo sempre para jantares repletos de mulheres disponíveis. Todas eram bonitas, muito sexy… e queriam, ou fingiam querer, a mesma coisa que Verónica: casamento e bebés.

A senhora Hunter acabara de telefonar para se assegurar que Dominic não se atrasaria para o jantar daquela noite, porque tinha convidado Joanna Parsons.

– A pobrezinha tem estado tão solitária desde que Damien morreu… – comentara Verónica, do outro lado da linha.

Solitária? Joanna Parsons?! Santo Deus! A mulher era uma ninfomaníaca! Mesmo antes da morte de Damien, que ocorrera num acidente de automóvel, há alguns meses atrás, Joanna tentara de todas as formas seduzir Dominic. E agora, como recém-viúva, não havia nenhum impedimento entre os dois…

Dominic gostava de sexo, evidentemente, mas preferia praticá-lo com mulheres que se identificassem com a sua maneira de encarar a vida. Actualmente, andava com uma publicitária, cujo casamento tinha terminado porque ela se dedicava apenas à carreira.

Dominic via-a duas ou três vezes por semana. Ora no apartamento dela, depois do trabalho, ora num quarto de hotel, à hora de almoço. Aquele arranjo servia a ambos na perfeição.

Shani era uma atraente morena de trinta e dois anos, com um corpo fantástico. Não era dada a sentimentalismos ou tramas melodramáticas. Na verdade, a palavra «amor» nunca fizera parte das conversas entre ambos.

Mesmo assim, graças aos hábitos adquiridos, Dominic preferia não confiar em nenhuma mulher. A psique feminina, afinal, era algo imponderável. Na verdade, não ficaria surpreendido se descobrisse que a sua companheira de cama, independentemente de ser tão profissional, acabasse por sucumbir aos apelos do seu relógio biológico. A experiência dizia-lhe que nenhuma mulher era imune àquela doença!

Bastava lembrar-se do caso de Melinda, a sua mais leal assistente, com quem trabalhara durante anos e que dizia sempre que queria uma profissão, não o papel de esposa ou mãe. E o que acontecera? Alguns meses depois de completar trinta anos, Melinda casara-se e deixara o emprego para ter um bebé. Uma verdadeira loucura!

Dominic sentiu um arrepio ao pensar que até ele poderia tornar-se uma vítima temporária das suas hormonas, de acordo com as circunstâncias. Recordava-se de um jantar que tivera com Sarah, a substituta de Melinda. Naquela ocasião, sentira-se muitíssimo solitário, sem saber bem porquê, e bebera mais do que o normal durante a refeição. Quando levara Sarah para casa, num táxi, acompanhou-a à porta do apartamento e ela começou a chorar, de repente. Sarah revelou então que o namorado a tinha deixado por outra mulher.

A única intenção de Dominic fora confortá-la, porém, de algum modo, os acontecimentos desenrolaram-se de maneira estranha e os dois acabaram a noite na cama. Ambos se arrependeram do caso na manhã seguinte, concordando em não voltar a mencionar aquele facto.

Sarah preferira, então, voltar ao seu serviço normal como secretária de contabilidade no andar inferior e Dominic acabara por conhecer Shani num evento, no fim-de-semana seguinte.

A sua nova secretária, Dóris, começou a trabalhar alguns dias depois.

Graças a Deus…

Dóris jamais lhe causaria nenhum tipo de preocupações. Tinha cinquenta e quatro anos, era casada e feliz. Os seus filhos crescidos não viviam com ela, por isso Dóris não se importava de ficar até mais tarde no escritório, quando era necessário. Uma senhora de tacto e bom senso.

O intercomunicador tocou e Dominic atendeu:

– Sim, Dóris.

– Estão à sua espera na sala de reuniões, senhor Hunter.

Aquela era outra coisa de que ele gostava nela. Dóris chamava-lhe senhor Hunter, não Dominic. Além de respeitoso, o tratamento fazia com que se sentisse com mais idade do que os seus trinta e três anos.

– Sim, sim, estou a caminho. E não me passe chamadas, Dóris, por favor. Não quero nenhuma interrupção. Temos muito que fazer, hoje à tarde.