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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

Herança familiar, n.º 972 - junho 2017

Título original: Bound by the Kincaid Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

I.S.B.N.: 978-84-687-9871-4

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Prólogo

– Isso está feito – anunciou Mitch Kincaid ao trio congregado num dos salões da mansão Kincaid para a leitura do testamento do seu pai.

– Não julgues que vai ser assim tão fácil. Nada que tenha a ver com uma mulher o é – advertiu o seu irmão mais velho, Rand.

– Ora essa…! – exclamou a sua irmã Nadia, zangada.

Richards, o advogado, levantou o olhar.

– O menino é vosso meio-irmão, de modo que tem direito a herdar um quarto das posses do vosso pai. E quando se trata de bilhões de dólares, geralmente costuma haver complicações.

– A ver se entendi: espera-se que eu traga o filho ilegítimo do meu pai para a mansão Kincaid e o tenha cá durante um ano – Mitch resumiu assim a absurda cláusula que o advogado tinha lido um minuto antes. E não soava muito melhor agora.

– Exactamente. E se não o fizeres, não receberás a tua parte da herança – Richards ficou calado enquanto olhava para os três irmãos Kincaid. – Nenhum de vocês herdará nada. Tudo o que o Everett possuía será vendido ao maior rival da linha de cruzeiros Kincaid por um dólar.

Bilhões de dólares em investimentos deitados fora. Cinquenta navios… mais cinco pedidos ao armador. Oito linhas de cruzeiros em nome dos Kincaid, sessenta mil empregados. E tudo recaía sobre os ombros de Mitch.

Mas a Cruzeiros Kincaid não era só o seu trabalho; era a sua vida, a sua esposa, a sua amante, o seu filho. Ele não era como o irmão que, se não tivesse sido pela inesperada morte de Everett três meses antes, agora não estaria em Miami.

Rand afastara-se deles e do negócio familiar cinco anos antes e não voltara a olhar para trás.

Mitch não estava disposto a perder a empresa sem lutar, mas para isso não só tinha de levar a cabo a tarefa que lhe fora encomendada mas, além disso, tinha de conseguir que os seus dois irmãos respeitassem os desejos do defunto pai. Ou perderiam tudo.

«Não, isso não vai suceder desde que eu o possa evitar».

Mitch fez um esforço para se acalmar.

– Que será do menino quando tiver transcorrido esse ano?

– Isso depende de quem quiseres que controle a sua parte da fortuna até ele fazer vinte e um anos. Tu ou a sua tia – respondeu Richards.

– Não, a tia não – replicou Mitch, voltando-se para os irmãos.

Eles não conheciam as complicações da vida do pai ou o trabalho de «limpeza» que tivera de fazer durante os últimos meses de vida. Sem dúvida, essa era a razão pela qual o pai lhe tinha atribuído a tarefa de fazer de ama-seca. Como castigo.

– A mãe do menino morreu e a sua irmã gémea por enquanto é a sua tutora – explicou-lhes. – Mas tenho a certeza que Carly Corbin é idêntica à sua sovina irmã e não só no físico. É jovem e solteira, de modo que quererá deixar-nos o menino para levar uma bela vida. E se não for assim, eu convencê-la-ei.

– Como? – perguntou Rand.

– Com dinheiro. Não conheço nenhuma mulher que não tenha um preço.

O comentário despertou outro trejeito de desgosto por parte de Nadia, mas decidiu morder a língua.

– O pai pediu-me para dar cem mil dólares à mãe do menino para que abortasse… um aborto que evidentemente não teve lugar ou não estaríamos a ter esta conversa.

O primeiro erro de Mitch fora confiar nessa mulher. Deveria ter comprovado que se livrava do menino, aprovasse ou não os planos do pai.

– De certeza que é filho do pai? – perguntou Rand.

Mitch assentiu com a cabeça.

– A prova de ADN confirmou-o.

Ao dizer isso voltou a sentir um nó na garganta. O seu pai tinha recebido o resultado da prova uns dias antes de Marlene Corbin morrer num acidente enquanto atravessava a rua. O motorista do carro pusera-se em fuga.

Esperava que o seu pai não tivesse nada a ver com isso, mas Everett Kincaid fazia sempre as coisas seguindo as suas próprias regras, não as dos outros. Ninguém sabia isso melhor do que Mitch, o seu braço direito.

Nadia tamborilou as unhas sobre a mesa, sem dúvida ansiosa por saber quais eram os requisitos para receber a sua parte da fortuna familiar.

– Ignorando um comentário tão machista e confiando que a senhorita Corbin nos entregue o… como se chama o menino? – Nadia olhou a cópia do testamento. – Rhett. Ah, pois, Ever– Rhett, como o pai. Que giro – murmurou, irónica. – Que sabes tu de crianças?

Mitch sabia mais do que a sua irmã imaginava, mas não pensava falar disso. Nunca mais.

– Não necessito saber nada. Simplesmente, contratarei uma ama. A casa é bastante grande para não ter de ver o menino para nada – suspirou, deixando a caneta ao lado do testamento. – Antes que acabe o ano, serei o seu tutor e a sua tia terá passado à história. Podem contar com isso.

Sumário

Prólogo