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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Michelle Celmer

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O príncipe sedutor, n.º 2271 - março 2017

Título original: The Illegitimate Prince’s Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2010

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9429-7

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Catorze

Capítulo Quinze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

Lizzy não podia acreditar que estava mesmo a ali. Lizzy Pryce subiu a escadaria do palácio sentindo-se como se estivesse a viver um sonho. Através das portas duplas, que estavam abertas, via os convidados a deambular no hall, elas com lindos vestidos e eles de fato completo. Havia empregados com tabuleiros por todo o lado a servir delicados canapés e champanhe em flutes. Ouvia a orquestra a tocar, a orquestra que ela própria escolhera. Naquele momento, tocava uma valsa. Imaginou os casais a dançarem, rodopiando elegantemente, mexendo-se como se não tocassem o chão.

Queria virar-se para se ir embora, mas já tinha chegado até ali, agora tinha de ir até o fim, portanto, apelou à coragem que lhe restava, aproximou-se do guarda que estava à porta e entregou-lhe o convite. Normalmente, os empregados do palácio estavam proibidos de assistir às festas, mas era o quinto centenário da ilha de Morgan. Era a festa do século. E como ela tinha um cargo importante: ajudante pessoal da rainha, tinha sido convidada.

Claro que Lizzy tivera o cuidado de pôr o seu nome de casada no convite. Podia ser um bocado ridículo, mas não queria ser reconhecida. Queria sentir-se um deles e, sem dúvida, parecia.

Normalmente, andava com o cabelo apanhado na nuca, mas agora os canudos loiros caíam-lhe sobre os ombros e as costas; tinha posto umas lentes de contacto em vez dos óculos e substituído o tailleur por um impressionante vestido dourado, alugado, assinado por Charles Miele. Estava realmente linda.

O guarda procurou o seu apelido na lista de convidados e indicou-lhe que podia avançar.

Ao entrar no hall, toda a gente se virou para olhar para ela e, em poucos segundos, tinha cem pares de olhos curiosos a examiná-la.

Rapidamente pensou para si que não devia entusiasmar-se demasiado, visto que só estavam a olhar para ela porque não sabiam quem era.

Ainda assim, Lizzy percebeu que, especialmente os olhares masculinos, mostravam mais aprovação do que de curiosidade.

Com a cabeça bem alta, começou a andar em direcção à sala de baile. Ao longo do percurso, devolveu sorrisos a pessoas que só tinha visto em revistas e na televisão. Tratava-se de primeiros ministros, artistas de Hollywood, empresários e multimilionários.

Realmente, estava mesmo fora do seu ambiente. O valor das jóias que se concentravam ali chegava para alimentar o Terceiro Mundo durante um ano.

Quando chegou ao outro lado do hall estava muito nervosa. «Tenho tanto direito a estar aqui como qualquer uma destas pessoas», pensou. Nesse momento, passou um empregado e Lizzy pegou num copo de champanhe e bebeu. As bolhas fizeram-lhe cócegas no nariz. Já estava a poucos passos das portas que davam para o salão.

«Vá, entra», disse-lhe a voz da sua consciência.

Lizzy respirou fundo e obrigou-se a avançar. Atravessar aquelas portas e entrar no salão de baile foi como entrar num mundo etéreo de conto e fantasia onde tudo brilhava. Havia casais a dançarem e outras pessoas congregadas em pequenos grupos a beber champanhe e a conversar.

Era tal como Lizzy imaginara.

– Desculpe – disse uma voz masculina nas suas costas.

Imediatamente, Lizzy distinguiu o sotaque norte-americano, deu outro gole de champanhe e ao virar-se, esteve quase a deitá-lo fora. Sim, era norte-americano e também o príncipe da ilha de Morgan, o meio-irmão ilegítimo do rei, meio cunhado da rainha, a sua chefe. Aquele homem era lindo e rico, mas também arrogante e rebelde. De todos os que lá estavam, era aquele que ficava mais longe do seu alcance.

– Acho que não nos conhecemos – comentou.

Lizzy pensou que estava a brincar com ela, mas rapidamente se apercebeu pelo seu olhar de curiosidade, que realmente não a tinha reconhecido. Também não se tinham cruzado muito, só uma ou duas vezes pelos corredores, e ele mal olhara para ela. Por que havia de olhar? Não passava de uma subalterna.

– Não. Acho que não nos conhecemos – respondeu Lizzy.

– Ethan Rafferty – apresentou-se o príncipe, estendendo-lhe a mão.

Quando Lizzy retribuiu, em vez de a apertar, o príncipe inclinou-se e encostou os lábios de forma sedutora. Lizzy não ficou surpreendida. Não sabia muito sobre aquele príncipe, mas sabia que era um solteiro de ouro que gostava muito de mulheres.

Ouvira comentários da rainha sobre a sua escandalosa vida pessoal e também ouvira o rei a queixar-se da falta de respeito que Ethan mostrava pelos costumes e pelas políticas reais. Por exemplo, naquela ocasião, Ethan tinha vestido um fato em vez da farda real. Tinha o cabelo penteado para trás, deixando o seu rosto bem visível, aquele rosto que tanto se parecia ao do irmão. Naquela altura, no palácio, toda a gente falava da recente inserção daquele homem na família real e nos seus negócios.

Lizzy não podia negar que estava a gostar da forma como ele olhava para ela, já que ele era o epíteto da perfeição masculina e cheirava tão bem… exactamente como devia cheirar um príncipe multimilionário.

O seu ex-marido, que também era um homem lindo e cheirava sempre bem, não tivera os milhões de dólares nem a motivação necessária para os ganhar e, assim como o príncipe, acabara por revelar-se um mulherengo arrogante.

– Muito gosto em conhecê-lo, alteza – respondeu Lizzy, porque aquele homem era membro da realeza.

– Preferia que me chamasse Ethan – respondeu ele.

Lizzy tinha a certeza que, se soubesse quem ela era realmente, não se mostraria tão charmoso.

Lizzy decidiu que tinha chegado a altura de ir falar com outro convidado que não estivesse num nível tão superior e que não fosse contra o protocolo, visto que os empregados do palácio tinham expressamente proibido manter relações íntimas com membros da Casa Real.

– Foi um prazer conhecê-lo – despediu-se, fazendo-lhe uma reverência e caminhando na direcção oposta.

– Não me lembro do seu nome – disse Ethan atrás dela.

Lizzy sentiu que o coração lhe caía aos pés. Raios. Não percebia que não queria nada com ele?

– Será porque não lhe disse – respondeu, deixando o seu copo de champanhe e pegando noutro.

– E porquê? – insistiu Ethan, colocando-se de novo ao seu lado.

Lizzy deu um gole de champanhe para ganhar forças. Qualquer pessoa inteligente não se mostraria rude com os membros da realeza mas, por outro lado, ia sendo tempo que alguma mulher pusesse aquele homem no seu lugar.

– Porque não é o meu género – disse-lhe.

– Mentirosa – respondeu ele, a rir.

Lizzy parou em seco.

– Peço desculpa?

– Olhe bem para mim e diga-me o que é que há em mim que não gosta – desafiou-a Ethan.

Lizzy não sabia se estava a brincar ou se realmente tinha alguma opinião assim tão elevada de si próprio. Será que era mesmo tão arrogante?

– Esse comentário patético costuma dar resultado?

Ele sorriu de forma sensual e Lizzy sentiu o seu coração a dar um pulo.

– Vamos saber em breve.

Aquele homem era adorável e sabia-o e Lizzy sabia perfeitamente que dizer-lhe o seu nome seria um grande erro, mas disse-o para ver se ele perdia o interesse e a deixava em paz.

– Lizzy – respondeu.

No trabalho, toda a gente a conhecia por Elizabeth e, obviamente, em vez de Pryce, o apelido de solteira que voltara a usar desde que se divorciara, deu-lhe o nome de casada.

– Lizzy Sinclaire.

– Dá-me a honra de me conceder esta dança, senhorita Sinclaire?

– Prefiro que me chame Lizzy – respondeu rapidamente, visto que odiava que a tratassem pelo apelido do seu ex-marido.

– Muito bem, Lizzy, então.

– Não. Não vou dar-lhe a honra desta dança porque, como já lhe disse, não é o meu género.

O príncipe não se sentiu insultado nem pareceu ter vontade de desistir, sorriu mais ainda.

– Não lhe estou a pedir que case comigo. É só uma dança. A não ser, claro, que a senhorita não saiba dançar…

Lizzy tinha ido a aulas de danças de salão com o seu ex-marido há vários anos. Passado algum tempo, soubera que ele também estivera a dar aulas à professora, embora mais pessoais.

– Desmascarou-me – brincou Lizzy. – Por favor, se me dá licença – acrescentou, despedindo-se dele com a cabeça e dirigindo-se ao hall.

«Por favor, que não me siga, que não me siga», rezou.

– Se quiser, eu posso ensiná-la – insistiu Ethan.

Lizzy praguejou em silêncio. Estava outra vez ao seu lado.

– Não, podia pisá-lo e estragar-lhe os sapatos.

– Não seria a primeira vez – respondeu Ethan, encolhendo os ombros.

– Por que insistir em dançar com uma mulher que não quer dançar consigo?

Ethan voltou a dirigir-lhe aquele sorriso arrebatador e Lizzy sentiu um arrepio dos pés à cabeça.

– Porque a mulher em questão é a mais bonita da festa.

Realmente, aquele homem sabia como seduzir uma mulher. Estava quase a convencê-la de que estava a ser sincero. Ainda bem que Lizzy sabia que os homens como ele se dedicavam a dizer aquele tipo de coisas para cativar as mulheres, mas depois tratavam-nas como objectos.

– Não acho que seja tão boa ideia assim – disse-lhe, acabando o segundo copo de champanhe.

Ethan tirou-lhe o copo das mãos e deixou-o sobre o tabuleiro de um empregado que passava por eles.

– Por favor, só uma dança.

Lizzy pensou que não devia ser muito normal para um homem como ele pedir as coisas por favor mas, por outro lado, parecia sincero.

Aquilo fê-la hesitar e o leve enjoo que sentia por causa do champanhe também não ajudava nada.

Ter-lhe-ia chegado dizer a verdade para que aquele homem perdesse o interesse, mas não o fez. Quantas vezes na vida se tinha a sorte de ter um príncipe como pretendente? E que mal podia fazer uma dança? Mesmo que alguém a reconhecesse, podia sempre dizer que estava a ser educada.

– Muito bem – acedeu, – uma dança – sublinhou.

Ethan ofereceu-lhe o braço e guiou-a até à pista de dança. Lizzy olhou em volta, nervosa. A rainha, a única pessoa capaz de a reconhecer, não estava à vista.

Ethan tomou-a entre os seus braços e Lizzy experimentou um delicioso arrepio de desejo pelo qual responsabilizou o champanhe, já que, se estivesse sóbria, nunca se teria sentido atraída por um mulherengo arrogante como ele.

Era-lhe indiferente que fosse dono de uma cadeia hoteleira que o tinha feito multimilionário.

Enquanto dançavam uma valsa, Lizzy pensou que o príncipe não dançava nada mal.

– Tal como lhe disse no início, a senhorita é uma grande mentirosa – comentou Ethan. – Os meus sapatos continuam perfeitos, vejo que não é a primeira vez que dança.

– Não – admitiu Lizzy, pensando que ele também não era a primeira vez que dançava.

– E está a gostar de dançar comigo, não está?

Sim, claro que estava a gostar, estava a gostar tanto que, quando acabou aquela valsa e começou a seguinte, Lizzy não se afastou. Ainda assim, não estava completamente descontraída. Uma coisa era uma dança, mas duas? Porque é que não lhe tinha dito logo quem era? Devia dizer-lhe.

– Não vi a rainha – comentou. – Será que não veio?

– Porquê? Quer conhecê-la?

– Não, é só por curiosidade.

– Suponho que deve estar a descansar. Está grávida e vai dar à luz em breve.

– Sim, ouvi dizer – respondeu Lizzy, aliviada por saber que a rainha Hannah não estava lá.

Obviamente, sabia que o médico lhe tinha aconselhado repouso quando começara a queixar-se de dores de costas regulares e intensas. Na verdade, Lizzy passava o dia a dizer-lhe para ir descansar, para pôr as pernas em alto e descontrair um pouco; assim como a rainha passava o dia a dizer-lhe a ela para não trabalhar tanto, para devia tirar uns dias de férias e divertir-se um pouco. Mas trabalhar dez ou doze horas por dia era a desculpa perfeita para não ter de enfrentar o facto de que não tinha vida própria.

– Está contente pela ideia de ser tio? – perguntou a Ethan.

O príncipe encolheu os ombros.

– Acho que sim.

Realmente, não parecia lá muito emocionado.

– Não gosta de crianças?

– Adoro crianças. O que não gosto é do pai dessa criança em questão.

Lizzy sabia que Ethan e o rei não se davam muito bem, mas não sabia que Ethan sentisse tal animosidade em relação ao seu meio-irmão. Como adorava saber fofocas, fingiu que não tinha percebido que já tinham passado à terceira dança.

– Rivalidade entre irmãos? – interrogou-o.

– Não é o meu irmão. Simplesmente, temos a infelicidade de partilhar uns quantos cromossomas. Isso é tudo o que temos em comum – respondeu Ethan, aproximando-se um pouco mais do seu corpo.

Estava tão perto que sentia o calor que ele irradiava através da roupa. Sentiu o seu coração a bater aceleradamente. Sentia-se uma princesa, às voltas na pista de dança com a elite mundial, como se realmente fizesse parte de tudo aquilo, como se fosse um deles.

Mas não era verdade, era apenas uma ilusão.

«Devia dizer-lhe quem sou», pensou.

Mas não disse.

«Só mais uns minutos, só mais uma dança».

Capítulo Dois

 

Ethan não tivera intenção de passar a noite só com uma mulher, mas Lizzy tinha uma coisa que a tornava diferente das outras.

Não era a sua beleza deslumbrante ou, pelo menos, não era só isso. Em sítios como aquele, havia mulheres bonitas por todo o lado.

Não, aquela era diferente e Ethan não sabia exactamente porquê, mas assim que a vira entrar no salão de baile, sentira uma vontade impressionante de a conhecer, por isso não hesitara em arranjar uma desculpa para deixar pendurada a terceira ou quarta actriz de Hollywood que se aproximara dele naquela noite.

Embora Lizzy tivesse tentando esconder a sua surpresa, Ethan percebeu que a tinha impressionado, coisa à que já estava habituado. Ao que não estava nada habituado era a que uma mulher lhe desse para trás.

Há muito tempo que não tinha de correr atrás de uma mulher. O normal era que elas lutassem para conseguir a atenção daquele empresário e milionário que começara do zero. Obviamente, se soubessem quão perto estivera de perder tudo, certamente não teriam tanto interesse.

Lizzy parecia realmente desagradada com ele e, por qualquer razão absurda, achou aquilo muito mais interessante. Além disso, quando a abraçara, sentira uma atracção intensa e surpreendente, o que também não lhe acontecia há muito tempo.

Antigamente ia para a cama com uma mulher diferente cada noite, mas ultimamente até as mulheres mais atraentes o deixavam indiferente. Precisamente por isso, estava decidido a conhecer aquela mulher um bocadinho melhor e, com alguma sorte, a tirar-lhe a roupa.

Quando a orquesta parou de tocar e enquanto aplaudiam aos músicos, Ethan perguntou-se se o seu objecto de desejo ia fugir, agora que já não havia música.

– Apetece-lhe sair e apanhar um pouco de ar fresco? – perguntou-lhe.

– Devia ir para casa – respondeu Lizzy.

– Só lhe estou a pedir para sair um bocadinho ao terraço – insistiu Ethan.

Lizzy hesitou.

– Cinco minutos – voltou a insistir Ethan.

– Só cinco minutos – acedeu Lizzy.

Ethan ofereceu-lhe o braço e ela aceitou-o.

– Dez minutos no máximo – comentou Ethan.

Lizzy tentou safar-se, mas já tinham chegado à porta. A brisa nocturna era fresca e húmida, mas quente para o final de Maio. Ou isso tinham dito a Ethan. Sabia pouco sobre o clima do seu país e, na verdade, era-lhe indiferente. Assim como lhe eram indiferentes as tradições e os costumes dos que o rei não parava de lhe falar. Se tivesse sabido que ia ter de passar por tudo aquilo, talvez tivesse ido fazer negócios ao continente, mas já tinha chegado longe e não podia recuar.

A família real estava a tentar incluí-lo e tinha de corresponder.

– Champanhe? – perguntou a Lizzy ao ver um empregado.

Lizzy assentiu e aceitou o copo que Ethan lhe estendia. A seguir, dirigiram-se ao parapeito de ferro de onde se viam hectares e hectares de pradaria perfeitamente cuidados, árvores de todos os tamanhos, formas e cores e, ao longe, a residência da princesa Sophie, a meia-irmã dele.

Ao chegar, Lizzy soltou o braço e apoiou-o na varanda.

– Está uma noite linda, não está? – comentou-lhe Ethan, surpreendido.

Lizzy piscou os olhos, como se tivesse dito alguma coisa que não devia.

– Sim, está – respondeu.

– É amiga ou é da família?

– Nem uma coisa nem outra.

Ethan ficou a olhar para ela. Aquela mulher tinha traços delicados e fortes ao mesmo tempo. Era uma mulher refinada, mas tinha um elemento selvagem e indómito e Ethan deu por si a perguntar-se em que estaria a pensar, o que estaria a esconder. Porque era óbvio que aquela mulher escondia alguma coisa, e isso intrigava-o.

– E então, como é que conhece a família real?

– Pode-se dizer que por… trabalho – respondeu Lizzy com prudência.

– O que é que faz? – perguntou-lhe Ethan, muito interessado.

– Está frio – respondeu Lizzy, evitando a pergunta.