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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1995 Jennifer Taylor

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Maré de amor, n.º 384 - agosto 2018

Título original: Tides of Love

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-535-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

Éden não fazia a menor ideia de quem era o homem que estava diante de si. Assustou-se com o barulho de alguém a bater à porta, pois não estava à espera de ninguém numa noite como aquela, em que as ondas rebentavam violentamente contra as rochas e o vento uivava como um animal ferido. Tinha aberto a porta sem se deter a pensar se era ou não acertado. Mas no momento em que se encontrou em frente ao estranho que a observava, teve as suas dúvidas.

– Sim?

– Éden Moore? – pronunciou em voz baixa, mas a sua voz era suficientemente profunda e forte a ponto de se ouvir por cima do furioso temporal de Verão.

Quando Éden anuiu, surpreendida que conhecesse o seu nome, ele continuou a falar:

– Bom, graças a Deus que é você! Estou há muito tempo a dar voltas por aqui tentando encontrar a sua maldita casa!

Disse-o como se fosse culpa dela e Éden ficou nervosa, respondendo instintivamente ao que considerava injusto.

– O que é que quer? – inquiriu ela, secamente.

– Falar consigo, obviamente. Mas não posso fazê-lo aqui, de pé, no meio do temporal – e empurrou a porta, surpreendendo Éden, que não pôde fazer nada para o impedir.

Ele olhou para a pequena sala que servia ao mesmo tempo de sala de estar e de sala de jantar, antes de voltar a olhar para ela com uma expressão ligeiramente risonha.

– Devo admitir que esperava outro cenário para uma mulher como você.

Éden olhou-o por um instante, tentando perceber o que é que ele queria dizer.

– Saia daqui! Como se atreve a entrar? Saia daqui agora mesmo!

Éden abriu a porta, mas o vento furioso quase que a arrancou da mão.

Sentiu medo, mas rapidamente transformou esse sentimento em fúria.

– Ouviu? Já lhe disse que se fosse embora!

O homem deu um passo em frente e retirou-lhe a mão da maçaneta da porta com facilidade. Depois fechou a porta.

– Ouvi sim, menina Moore, mas não me vou embora até estar preparado para tal.

– Se não se vai embora neste mesmo instante, vou... – Éden levantou-se e embora fosse bastante alta para mulher, teve que levantar a cabeça para olhar para ele.

– O que é que vai fazer? – os seus lábios finos esboçaram algo parecido com um sorriso e olhou para ela.

Tinha os olhos cinzentos, frios e calculistas. E olhava para ela com certo desprezo. Era evidente que não gostava dela, mas não percebia bem o motivo.

– O que é que vai fazer? Não tem telefone e a casa mais perto está... a pelo menos três milhas daqui. Então, como é que pretende pôr-me fora?

«Meu, Deus! Como odeio homens como ele! Homens arrogantes, prepotentes e frios, que pensam que podem fazer tudo o que querem e dar ordens a toda a gente!

Ela foi para a porta da cozinha que ficava perto.

– Tem razão, não tenho nada do que me disse. Mas tenho algo mais eficaz.

Abriu a porta e assobiou suavemente. Imediatamente se ouviram as unhas de um cão no chão do terraço. Deteve-se à entrada da cozinha e examinou o desconhecido. Depois rosnou como aviso.

Éden acariciou-lhe a cabeça. E depois sorriu nervosamente para o homem.

– Está a ver, não preciso de mais nada para além de Drac. É bonito, não é? É um Pastor Alemão puro. Tem três anos e está bem treinado. Se lhe der a ordem, tenho a certeza de que o convencerá a ir-se embora – fez uma pausa deliberada para olhar para o rosto do homem. – Talvez devesse explicar-lhe a origem do seu nome. Sorri, Drac. Mostra-lhe os teus dentes.

O cão mostrou os dentes. Brilhavam à luz do candeeiro a petróleo. Éden deu-lhe umas palmadinhas como recompensa e depois virou-se para o homem, que não parecia estar preocupado.

Pelo contrário! Parecia entusiasmado!

– Drac é o diminutivo de Drácula, não é? – riu suavemente, como se apreciasse o trocadilho. – É um cão muito bonito, menina Moore, mas pode ficar sossegada que não vai ter de mostrar as suas habilidades hoje. Não vim para a ameaçar, pelo menos não fisicamente.

O homem olhou à sua volta, ignorando o rosnido do cão, enquanto se aproximava do fogo e estendia as suas mãos para se aquecer.

Éden olhou para ele em silêncio. Quem seria ele? Tinha a certeza de que não o conhecia. Ter-se-ia lembrado dele. Seria difícil esquecer aquele rosto atraente e frio. Aquele queixo quadrado, o cabelo preto penteado para atrás, aquela testa muito larga e o ar de poder que emanava. Vestia um fato escuro por debaixo de um sobretudo, que não lhe deveria ter servido de muito com o temporal que fazia lá fora. No entanto, havia qualquer coisa nele que não o fazia parecer deslocado. Era um homem com autoconfiança. E, de certa maneira, assustava-a!

Transmitiu o medo que sentia ao cão e ele rosnou mais ameaçador. O homem olhou imperturbável, como se não se sentisse incomodado.

Éden deixou imediatamente de ter medo.

– Quem é o senhor? – inquiriu ela, agitando o seu cabelo castanho, que lhe chegava até a cintura.

Normalmente usava o cabelo apanhado, mas tinha-o soltado na hora de ir para a cama, antes de ter ouvido bater à porta.

Ele olhou para ela. E ela sentiu como se se tivessem passado séculos desde que um homem olhara assim para ela.

Éden esticou nervosamente a camisola azul de lã que vestia por cima de umas calças de ganga gastas.

– E?

– Chamo-me Marcus Cole, o nome diz-lhe alguma coisa?

– Não – replicou Éden.

– Não? Bom, mas tenho a certeza de que o nome Rob Lewis lhe diz alguma coisa. Acho que ele e a menina são... velhos amigos, não é?

Tinha marcado de maneira insultuosa as últimas palavras, de forma a que o seu significado ficasse bem claro. Éden olhou friamente para ele.

– Para sua informação, esse nome não me diz nada! E sinceramente, senhor Cole, não estou a gostar do seu tom!

– E sinceramente, menina Moore, não me preocupa se gosta ou não! – meteu a mão ao bolso do sobretudo e retirou um envelope que lhe estendeu. – Sugiro que olhe para isto antes de continuarmos a falar. Assim poupamos muito tempo em mentiras.

O envelope caíra ao chão, espalhando o seu conteúdo. Éden agachou-se para apanhar as fotografias. E quase ficou sem respiração. Recolheu-as torpemente e ficou de pé a olhar para elas. Estava em estado de choque.

– Onde...? Onde é que as arranjou? – murmurou.

Ele sorriu satisfeito.

– Onde é que pensa que as arranjei, menina Moore? Pensou que estaria a salvo em Edimburgo, livre para desfrutar da sua relação sem medo que alguém a visse? – fechou os olhos, num gesto de condenação. – Fora da vista da esposa de Rob, que por acaso é a minha irmã Becky?

– Mas como...?

– Como é que a encontrei? – riu asperamente. – Devo admitir que não foi fácil. Rob e a menina apagaram os seus passos cuidadosamente na semana passada, mas Edimburgo foi um erro em muitos sentidos. Não só confirmou as minhas suspeitas, como me ajudou a identificá-la pela sua assinatura no registo do hotel. Seguir os seus passos até aqui teria sido impossível sem isso!

Éden respirou fundo. Ouvia na sua cabeça as palavras que queria dizer, uma explicação razoável e lógica, que esclareceria todo o mal entendido de uma vez por todas. Mas enquanto olhava para as fotografias do casal de mãos dadas e a beijar, não conseguiu dizer nada.

Como explicaria a Marcus Cole, se não sabia o que tinha ido lá fazer nem o que é que queria! Como lhe explicaria a verdade? Dir-lhe-ia simplesmente que não era ela a da fotografia, mas a sua irmã, Eleanor? Que provavelmente Eleanor se registara com o nome de Éden, com medo de que ele fosse causar problemas? Éden amara e protegera Eleanor desde que os seus pais tinham morrido e agora não podia deixar de fazer a mesma coisa perante aquele desconhecido que a ameaçava.

O silêncio estendeu-se. O vento parecia ter parado por um instante. Mas, de repente, o temporal voltou a enfurecer-se, açoitando as paredes da casa. Drac estava nervoso.

Éden acariciou-o automaticamente, tentando acalmá-lo.

– O que foi? – perguntou o desconhecido.

Ela sobressaltou-se perante a voz de Cole. Depois olhou para ele. Não gostava da forma como a olhava, como se lhe fosse ler o pensamento. E até não saber o que é que queria não ia revelar-lhe nenhum dos seus pensamentos.

– Foi maltratado durante um temporal. Ataram-no e abandonaram-no – ela acariciou-lhe as costas. – Ainda fica nervoso quando há um temporal... Mas duvido que esteja interessado em ouvir toda a história. Então, senhor Cole, não lhe parece que podíamos ir ao motivo da sua visita?

– É muito astuto da sua parte perceber que temos coisas para conversar. Devo admitir que a menina é uma surpresa em mais do que um sentido.

O olhar de Cole dirigiu-se para as fotografias. Então fez uma careta, como se algo o preocupasse.

Éden ficou nervosa. Eleanor e ela eram muito parecidas, mas ela era dois anos mais velha do que a sua irmã. Tinham a mesma cor de pele e de cabelo, as mesmas feições. Mas, quanto tempo levaria a descobrir que a mulher da fotografia e ela não eram a mesma? E ela não queria que isso acontecesse antes de saber o que ele queria.

Desde que Eleanor tivera uma depressão, depois da morte dos pais, Éden desenvolvera um mecanismo automático para defendê-la de qualquer coisa desagradável que a ameaçasse. Apesar de Eleanor ter recuperado completamente, não recobrara uma estabilidade emocional e a mínima pressão afectava sensivelmente o seu comportamento.

E, recentemente, dera mostras de nervosismo e tensão, o que fizera Éden preocupar-se novamente com a saúde da sua irmã. E uma visita de Marcus Cole era o que menos precisava naquele momento. Com certeza teria terríveis repercussões em Eleanor!

Éden voltou a colocar as fotografias no envelope e deixou-o no aparador. Depois olhou para Cole, em desafio.

– Não faço ideia do que é que espera de mim, por isso, porque é que não me diz o que quer, senhor Cole?

– Devo reconhecer que sabe lidar com isto muito bem. Ou não é a primeira vez que se encontra nesta situação? Embora não corresponda à ideia que tenho de uma mulher fatal...

Os olhos dele percorreram o seu corpo delgado, envolto numa roupa tão pouco atrevida, e o seu rosto sem maquilhagem. Há muito tempo que Éden aceitara que não era bonita, apesar da sua pele branca, os seus olhos cor de violeta e o seu cabelo brilhante, rasgos que não eram indiferentes aos homens. Mas incomodava-a a maneira como Marcus olhava para ela, como se lhe faltasse alguma coisa!

– O que é que quer?

– Ter a certeza de que não fará mais mal do que já fez.

– Eu não fiz nada!

– Como chama ter uma relação com um homem casado? Talvez qualifique isso de «nada», menina Moore, mas eu não! – avançou para ela e inclinou-se para olhá-la directamente nos olhos.

Ela sentiu-se envolvida pela sua presença agressiva.

– A minha irmã adora Rob. Ficaria destroçada se soubesse disto, mas imagino que não se importa com o que ela sente, não é? A menina pôs os olhos em Rob e foi atrás dele decidida, sem se preocupar em quem magoava pelo caminho! Conheço toda a história por ele, por isso não se incomode em mentir. Ao princípio não quis acreditar quando me disse que tinha sido a menina quem o perseguiu, mas agora percebo que deveria dar crédito às suas palavras.

– Como se atreve? – Éden ficou pálida.

Para ela era a mesma coisa se os comentários eram dirigidos a ela ou a Eleanor, porque no fim repercutiam também nela. Sentia o ressentimento de Marcus Cole, o seu desprezo em cada uma das palavras. E não podia permanecer imperturbável com as lembranças que lhe evocava. Não estavam tão enterradas a ponto de não as ter presentes.

– Oh! Atrevo-me a dizer isto e ainda mais. Não me importam os seus sentimentos feridos, menina Moore! Mas preocupa-me a minha irmã e, neste momento, não quero que nada a perturbe!

– Olhe, senhor...

– Não! Olhe a menina! Becky está grávida! – riu com aspereza, dirigindo a Éden um olhar de reprovação. – Suponho que isso não lhe interesse! Meteu-se nisto sabendo perfeitamente do que se tratava e duvido que a ideia de uma criança a tivesse feito reconsiderar, desde que conseguisse o que queria.

– O quê! É espantoso que diga isso! – murmurou Éden.

– Porque é verdade? Tomou o que queria sem pensar na dor que podia causar, mas eu não vou permitir que estrague a vida de Becky por causa do seu egoísmo – desceu o tom de voz, dando a modulação necessária para que Éden sentisse toda a vibração da sua voz em cada uma das suas células.

Ela sentia-se de certo modo violada, como se aquele desconhecido tivesse tocado numa fibra íntima e escondida do seu ser.

– E o que é que propõe, então, senhor Cole? Suponho que tem qualquer coisa em mente, algum tipo de castigo ou pena? – concluiu, com um tom sarcástico, que escondia o estremecimento que as suas palavras lhe produziram.

Como se metera Eleanor em semelhante história? Éden sabia que a relação da sua irmã com o seu noivo, Ben, passara por uma crise há uns meses atrás, mas não fazia a mínima ideia de que tivesse tido uma relação com um homem casado. Isso seria o fim da relação com Ben! Antes de o conhecer, Eleanor saíra com muitos homens, na maioria pouco recomendáveis. Mas Ben era diferente. Ele amava realmente Eleanor e soubera tratá-la com ternura. E Éden pensara que Eleanor amava Ben. Teria ela pensado nas consequências do seu comportamento? Provavelmente, não. Não costumava reflectir muito antes de se meter directamente nas coisas. Talvez agora estivesse arrependida da sua conduta impulsiva.

Ben ficaria certamente magoado por sabê-lo, mas talvez se Eleanor lhe falasse da sua relação com Lewis Ben estivesse disposto a perdoá-la. Ou não?

Mas se Marcus aparecesse em casa com aquela história, não haveria esperanças de reconciliação. O melhor seria que Marcus pensasse que ela era Eleanor. Mas não era nada fácil ficar ali a ouvir o que ele dizia.

– Então, senhor Cole, não seja tímido – riu ela. – Tenho a certeza de que não é uma característica sua.

Ele sorriu mostrando uns dentes brancos que contrastavam com a sua pele bronzeada.

– Como começou rapidamente a perceber! Bom, pouparemos muito tempo. Tempo que teria de gastar a convencê-la de que estou a falar a sério e depois a aceitar o que digo.

Não gostava muito do rumo que a conversa estava a levar, mas não queria mostrar-lhe que estava nervosa.

– Qualquer coisa para que esta conversa acabe quanto antes. Então diga de uma vez.

– Quero a sua palavra de que não vai tentar ver nem falar com Rob outra vez.

– Estou a ver, está bem, senhor Cole, tem a minha palavra. Agora, se é tudo... – Éden foi até à porta, mas ele não tinha intenções de se ir embora.

– Não é tudo. Suponho que vai imaginar o que acontecerá se não cumprir a sua palavra.

– Está a ameaçar-me?

– Simplesmente, estou a dar-lhe um conselho para que a sua vida seja mais agradável.

Ele voltou a olhar à sua volta, observando o mobiliário simples que ela tanto cuidara. A casa estava em muito mal estado quando ela a encontrara e tinha levado muito tempo a arranjá-la. Mas, naquele momento, o trabalho de arranjar a vivenda tinha sido como uma terapia para ela.

– Já vê, menina Moore, passaram... quanto? Dois anos desde que saíram aquelas manchetes nos jornais? Mas a imprensa tem uma boa memória, por isso, o tempo é algo que não tem importância. Com certeza, pode ser classificada como alguém com má sorte. Não havia nada mais importante naquele momento. Caso contrário, duvido que tivessem dedicado um par de linhas à sua história. Mas é assim – sorriu falsamente. – Talvez não se importe de desfrutar outra vez da fama. Mas não creio, uma vez que veio esconder-se tão longe e inclusive utiliza o seu apelido de solteira. Pergunto-me se Rob conhece essa história? Mas isso não é da minha conta. A menina mantenha-se afastada e ninguém saberá nada sobre isto. Mas se romper com a sua promessa, os jornalistas virão imediatamente bater-lhe à porta.

– Sacana!

Estava a humilhá-la e ela estava furiosa. Não fazia sentido convencê-lo de que o que os meios de comunicação tinham publicado era tudo mentira. Todos aqueles boatos destrutivos e cruéis. O facto era que lhe tinham feito muito mal!

– Tenho a certeza de que a minha mãe não estaria de acordo, mas eu posso compreender que fique furiosa. A maneira como a imprensa tratou a morte do seu marido é algo que não vai querer voltar a viver.

– Sabe que não quero voltar a vivê-lo! Por isso está a fazer chantagem comigo! – riu ela histericamente.

Que ironia! Para proteger Eleanor, expunha-se a algo perigoso!

– Esqueceu-se de um pormenor. Como se sentiria a sua irmã ao ver-se metida numa história assim, nos jornais, se a história voltar a sair?

– Chantagear! É uma palavra demasiado forte. E quanto a Becky ser metida nessa notícia, isso não vai acontecer. Mas espero que não seja preciso chegar tão longe, menina Moore. Mantenha-se longe de Rob e não voltará a ter notícias minhas. Acredite. Mas se continuar com a sua sórdida aventura, vai arrepender-se de não me ter ouvido!

Foi até à porta e foi-se embora sem olhar para trás. Éden correu para a porta e fechou o fecho. Ficou apoiada contra a parede de madeira sólida a tremer. Tentara esquecer o seu passado e, em meia hora, a sua vida tinha-se virado outra vez do avesso.

Agachou-se e abraçou-se ao cão, reprimindo amargamente o choro. Mas não ia chorar. O desprezo de Marcus Cole e a sua crueldade eram demasiado fortes para poder se desmanchar em pranto.